No Brasil, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres e, apesar das iniciativas de prevenção, permanece com altas taxas de mortalidade, com diferenças regionais significativas. De acordo com o INCA, o câncer do colo do útero é causado pela infecção genital persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
O câncer do colo do útero é considerado o tipo de câncer que apresenta condições mais promissoras para o controle, com possibilidades, inclusive, de eliminação. Fazem parte do arsenal de enfrentamento desse câncer, a vacinação contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano), cuja infecção persistente é o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Além disso, outra estratégia, não menos valiosa, é a detecção precoce de lesões do colo uterino, classificadas como precursoras do câncer e que podem ser tratadas com procedimento simples e alcançar altas taxas de cura.

Coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
“Hoje nós temos instrumentos e possibilidades, tanto relacionados à prevenção primária, quanto à prevenção secundária. Eu estou dizendo sobre vacina contra o vírus HPV, que é o vírus que iminentemente causa o câncer do colo uterino entre as mulheres. E em segundo, a prevenção primária, que são os testes que fazem o diagnóstico e o rastreamento, sendo o mais conhecido, o exame de Papanicolaou”, destaca o coordenador médico do programa de prevenção de câncer ginecológico do Hospital de Amor, Dr. Júlio Possati.
Segundo o Ministério da Saúde, vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para:
- Meninas e meninos de nove a 14 anos;
- Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos;
- Vítimas de abuso sexual, imunocompetentes, de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto.
- Usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de HIV, com idade de 15 a 45 anos, que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto (de acordo com esquema preconizado para idade ou situação especial).
- Pacientes portadores de Papilomatose Respiratória Recorrente/PRR a partir de 2 anos de idade.
De acordo com o Ministério da Saúde, o exame preventivo contra o HPV, o Papanicolau é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Ele ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações, que antecedem o câncer, são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolaou regularmente.
Outra medida importante na prevenção do HPV, são os preservativos internos ou externos. Segundo o Ministério de Saúde, “embora seja eficaz na redução do risco de infecções sexualmente transmissíveis (IST), seu uso não elimina completamente a possibilidade de transmissão do HPV. Isso ocorre porque as lesões podem estar presentes em áreas não cobertas pela camisinha, como a vulva, região pubiana, perineal e bolsa escrotal”. Apesar disso, o uso é extremamente importante parra prevenir possíveis doenças.
Os fatores de risco do câncer do colo do útero são as infecções sexualmente transmissíveis (principalmente o HIV); o tabagismo; e os padrões de desiquilíbrio da microbiota vaginal. Os sintomas associados ao câncer do colo do útero, normalmente, estão restritos a situações de diagnóstico mais tardios com doença avançada, isso porque, inicialmente, a doença é assintomática. Os principais sinais e sintomas são: sensação de peso e desconforto na região inferior do abdome; dor pélvica; e sangramento uterino anormal.
Março Lilás – campanha de conscientização sobre o câncer de colo do útero
Com o objetivo de conscientizar a população sobre a prevenção do câncer do colo uterino, foi idealizado a campanha ‘Março Lilás’. A campanha faz parte de um esforço de intensificação das ações de conscientização e mobilização no combate ao câncer do colo do útero, que representa ainda, um importante problema de saúde pública no mundo, sobretudo com maior impacto entre mulheres que vivem nos países em desenvolvimento.
Questões relacionadas a desigualdade no acesso aos serviços de saúde; desvalorização dos conceitos de promoção e prevenção a saúde; e diferenças na qualidade e disponibilidade das redes de assistência à saúde da mulher, nas diversas regiões brasileiras, prejudicam o combate ao câncer do colo do útero.
Para intensificar a disseminação destas informações, neste mês, a nossa trupe de doutores bobologistas recebeu uma missão: conscientizar os pacientes, acompanhantes e colaboradores do Hospital de Amor sobre o ‘Março Lilás’, a campanha de prevenção do câncer do colo do útero. Como missão dada, é missão cumprida, os Palhaços da Alegria realizaram um cortejo especial, dinâmico e interativo, nomeado como ‘Show da Prevenção’. Nesta ocasião, eles passaram uma mensagem importante: “Isso não é brincadeira, prestem atenção: tem que fazer exames… Os exames de prevenção!”
Inspirado nos programas de perguntas e respostas, os doutores bobológicos fizeram algumas perguntas sobre a prevenção do câncer do colo do útero aos pacientes e acompanhantes da instituição. O coordenador do projeto, Guilherme Figueiredo, explica que realizar ações deste tipo é sempre um momento de imersão sobre o conhecimento de informações necessárias que precisam ser passadas adiante para o público final. Ao explicar o processo criativo da ação, ele destaca que o grupo ficou muito feliz ao ver o público interagindo e respondendo as perguntas do ‘Show da Prevenção’. “Para a gente, é uma sensação de missão cumprida porque a gente ensaia, testa as propostas, tira as ideias do papel… Então, foi muito legal ver o resultado disso na prática. Colocamos também alguns palhaços para interagir junto ao público para não causar constrangimento, para que o público se sentisse à vontade de responder e de brincar, e o resultado foi bem bacana”, destacou o idealizador do Palhaço Figuerino, Guilherme Figueiredo.
Para saber mais detalhes desta campanha especial, acesse: ha.com.vc/marcolilas. Além disso, é possível saber mais informações por meio das redes oficiais do Hospital de Amor e do podcast da instituição.