23 de novembro de 1923: o nascimento da mulher que se tornaria pioneira em prevenção e cofundadora de um hospital oncológico que, futuramente, se tornaria referência mundial.
100 anos de história de uma mulher otimista, religiosa, amorosa, competente e inteligente. Durante a sua vida, Dra. Scylla realizou o seu sonho de ser médica; viveu um grande amor; fundou uma instituição; foi uma mãe amorosa e presente; foi pioneira na prevenção; ensinou; foi admirada por diversos profissionais; e se tornou um exemplo para o nosso país.

Dra. Scylla na sua juventude.
Breves relatos
Scylla sempre foi estudiosa e inteligente, desde a infância sabia que queria ser médica. Quando conseguiu realizar este sonho, ela não deixou de ser cuidadosa e amorosa. Ela se fazia muito presente no seu consultório e no Hospital de Câncer de Barretos (atual Hospital de Amor). A sua competência fez com que todas as mulheres quisessem ser tratadas por ela, porque além de médica, ela era conselheira, confidente e uma ótima ouvinte.
Scylla sempre esteve à frente do seu tempo e tinha uma vontade muito grande de ajudar outras mulheres. Com a ajuda do Dr. Delascio, ainda na residência, ela começou a fazer exames preventivos para o câncer de colo uterino e de endométrio, algo ainda pouco difundido no país, tornando-a pioneira na área. Em 1994, Dra. Scylla e a sua preocupação com a prevenção se destacaram mais uma vez: ela foi uma professora para a enfermeira Creuza Saure, responsável por colher exames de Papanicolaou em 92% da população barretense com uma bicicleta e uma mesa ginecológica.
A humanização e a preocupação com o bem-estar dos pacientes sempre foram importantes para a Dra. Scylla. Presente em todos os momentos de crescimentos da instituição, a cofundadora conhecia e conversava com todos os profissionais que atuavam no Hospital de Amor, com respeito, amor, profissionalismo e acolhimento, afinal, ela queria que todos se sentissem parte da família. Com o seu profissionalismo e o seu jeito humano de atender os pacientes, ela ensinou muito para os colaboradores enquanto trabalhava no Hospital de Amor.
Porém, Scylla não cuidava apenas dos seus pacientes e colaboradores; ela também se importava com a população. Religiosa e com um coração generoso, a doutora também participou ativamente das obras da Cidade de Maria, em Barretos (SP), inaugurada em 1981, por meio das suas doações pessoais.
Sempre com muita fé, Scylla escreveu uma carta a seu filho Henrique Prata – atual presidente do HA – e o entregou no seu aniversário de 18 anos. Na carta, há um trecho que se destaca: O mundo é de Deus e Ele o empresta aos valentes.

Dra. Scylla, Dr. Paulo (In memoriam) e o corpo clínico.
Cuidar da família, dos pacientes e de um hospital não era nada fácil. Explicar o seu ponto de vista e defender uma causa que você acredita, também não era tão fácil, pois dependia da compreensão de outras pessoas. Hoje, o complexo do Hospital de Amor cresceu! São mais de quatro mil atendimentos por dia; oito unidades de tratamento; 27 unidades de prevenção; 52 unidades móveis e mais de seis mil colaboradores trabalhando pelo mesmo propósito. Esse é o legado da Dra. Scylla e do Dr. Paulo.
Não apenas implacável no profissionalismo, Dra. Scylla se destaca em um excelente papel de mãe, esposa, filha, irmã e amiga. Scylla não se tornou apenas pioneira em tecnologias e avanços medicinais sobre oncologia, mas também no tratamento humanizado para os pacientes do Hospital de Amor, que sentem esse impacto até os dias atuais. Realmente, “é uma filha predileta de Deus”!
Para homenagear essa história, o Hospital de Amor e o Instituto Sociocultural prepararam uma exposição e uma webserie, que relata toda a trajetória de Scylla.
Documentário – Scylla: Centenário de Amor

Scylla Duarte Prata, médica ginecologista formada pela Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, 1949.
A webserie “Scylla: Centenário de Amor” é fruto de um documentário que ouviu muitas pessoas do convívio da Dra. Scylla, seja na atualidade ou no passado. Os 10 episódios trazem depoimentos dos entrevistados sob vários aspectos da vida da mulher, esposa, mãe, gestora, médica, artista e empresária.
O documentário foi realizado pela equipe de comunicação do Hospital de Amor. A Gerente de Comunicação e jornalista, Karina Carreira, explicou que esse projeto é fruto de um trabalho dedicado do time de comunicação, um grande time que sempre veste a camisa do Hospital de Amor e que se empenhou de verdade para contar a história dessa mulher tão especial, uma médica à frente de seu tempo. “Me sinto muito orgulhosa de ter acompanhado de perto cada etapa da produção. Montamos juntos o documentário com muito cuidado e respeito pela trajetória da Dra. Scylla, que fundou o Hospital de Amor e dedicou sua vida à saúde das pessoas”, relatou.
Para assistir este projeto encantador, acesse: ha.com.vc/scylla.
O projeto que tem realização do Ministério da Cultura, foi idealizado pelo Instituto Sociocultural do Hospital de Amor, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, 8.313/1991.
Exposição – Scylla: Centenário de Amor
Para contar a história da médica que se formou na USP em 1949 e vinte anos depois fundou, junto ao marido, Paulo Prata, o primeiro hospital de câncer do interior do Brasil, a exposição, que tem versão física e digital, foi construída a partir da interação entre fotos envelhecidas, documentos conservados, objetos pessoais e entrevistas realizadas pela equipe técnica, especializada em documentação histórica.
O diretor de desenvolvimento institucional do Hospital de Amor e neto da Dra. Scylla, Henrique Moraes Prata, contou que documentar de maneira sistemática as memórias das pessoas que fundaram o Hospital de Amor, através da Fundação Pio XII, é uma busca para que a cultura de cuidar do HA permaneça acessível a seus colaboradores e parceiros. “É uma forma de entender como eles pensavam e agiam, e de seguir replicando isso no nosso modo de agir”, relatou ele.

Karla Armani na exposição ‘Scylla: Centenário de Amor’.
A historiadora barretense Karla Armani foi a responsável pela curadoria da exposição e destacou que os 100 anos de vida da Dra. Scylla Prata se transformaram num universo expográfico que gera conhecimento, reflexão e inspiração aos seus apreciadores. “Sinto-me honrada em assinar um trabalho que conta a história de vida de uma mulher centenária, que, além de ter fundado o Hospital de Amor, ainda possui uma trajetória de vida intensa e interessante. Para narrar essa história, pesquisei jornais, documentos, fotografias, obras e objetos, selecionando-os e ressignificando em vitrines e painéis cuidadosamente montados para oferecer ao público uma exposição inédita, delicada e vibrante”, revelou Karla.
A exposição física ficará disponível no IRCAD América Latina até o dia 28 de fevereiro de 2025, em horário comercial. O IRCAD fica localizado na Rua Antenor Duarte Vilela, nº 1650. Barretos – São Paulo.
Para ver a exposição virtual, acesse: ha.com.vc/centenario.
O projeto que tem realização do Ministério da Cultura, foi idealizado pelo Instituto Sociocultural do Hospital de Amor, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet, 8.313/1991.
Jornalismo na exposição
Os pacientes da unidade infantojuvenil do Hospital de Amor e alunos da Oficina de Jornalismo Comunitário, coordenado pela jornalista Glaucia Chiarelli, fizeram uma pauta – a partir do conteúdo ensinado em sala de aula – sobre a exposição do Centenário da Dra. Scylla Prata.
Durante a atividade, eles entrevistaram diversas pessoas que trabalharam em conjunto para que a exposição acontecesse. Além disso, eles tiveram a oportunidade de conhecer a equipe da EPTV, que também estava presente.
A paciente de 10 anos, Maria Eduarda Gomes, encantou o público ao compartilhar uma memória afetiva: “Amei tudo. Eu já conhecia a Scylla, já até tirei foto com ela quando era mais nova. Achei muito legal da parte dela fundar o hospital, ela salvou a minha vida, salvou a de muitas pessoas”, declarou a pequena.

Pacientes do Hospital de Amor e Karla Armani falando sobre a exposição.